9 de agosto de 2009

Vou te contar como conheci uma puta.

"Tudo na vida começa com um Sim." Lispector.

Vou te contar como conheci uma puta.
Em 1989, por volta das 11:30 da noite digamos que ao som de Wisk i could fly – Roxette, um homem fechou as portas de sua casa e sua mulher desligou a tv logo depois as luzes. Eles foram durmir.

– Mentira, eles foram transar.
– E no dia seguinte ela vai descbrir que está grávida.

Eles já não eram as mesmas pessoas e não seria a primeira vez que ela descobriria que estava grávida. Ao sair no final da tarde com uns amigos ela encostou-se na parade e começou a ficar tonta, mas como ela estava doente isso seria algum sintoma? Não exatamente. Ela sabia. Mas não queria acreditar que seria mãe outra vez.

– Ela queria abortar, mas não tinha corajem.

O tempo passaria e ela teria que mudar seus conceitos e não sua postura.
A menina nasceu, e desde pequena quem sabia observar as coisas identificava que a pequena criança seria diferente da mãe. Mesmo com duas chiquinhas e com um vestidinho enfeitado, com cabelo bagunçado está menina terá um destino quase que singular.
– Vou falar da criança agora.
– Aos 7 anos...

Desde tão nova ela era capaz de sentir seus estimulos e não se assustava com o desconhecido, ela queria experimentar mesmo fosse errado e repudiado pelas pessoas. Lembro-me que uma vez ao sentar-se em uma cadeira no ônibus, ao lado de um homem ela sentiu vontade de toca-lo, mas sua mãe estava perto e seria terrivel a para a mãe ver o que apenas sua imaginação via.

Outra vez ela sentiu raiva da empregada mas a raiva perdia espaço quando sua imaginação desejava o que era ainda mais proibido. Tão pequena e com vontade de comer a empregada, mas ela não sabia comer ainda. Já sabia beijar. Ela já sabia que sabia, então ao estimular a outra menina ela sabia que mesmo tendo aquele pequeno corpo já poderia ser desejada também. Deu certo e a empregada cedeu. Mas ambas nenhuma comeram, mas se esfregaram. Se desejaram.

– Ela não entendia aquele líquido na sua perna.
– Ela cresceu e a empregada foi demitida.

– Ela sentia vontades no banho.

Apesar de todos os estimulos ela sabia ser criança, e brincava com os meninos. Descobriu que beijar e desejar uma mulher era pecado. Só que muitas vezes ela queria isso. Ah, ela disse pra sua mãe que havia beijado uma outra mulher e a mãe disse coisas horríveis mas como ela era uma criança e haviam se aproveitado dela.

– Aquele foi o primeiro sinal, a mãe recusou-se a ver.

Depois de saber que o pecado seria grande, ela percebeu que o pecado a atraia e já sabia que se houvesse outra chance não iria de nenhuma forma hesitar. Afinal brincar com os meninos na rua, nas alamedas ou nas passarelas já havia perdido a graça. Já sabia diferenciar os gostos o cheiro. Até gostava quando percebia os meninos a fim de come-la mas ela apesar de querer ser comida não conseguia ver trepando com um moleque qualquer. Estava enjoada de tudo isso.

– Ela esbarrou em uma menina, e elas se olharam por vários instantes.
– Ela já estava apaixonada. Não mais pela sua colega da escola, já era por outra.

Depois de muitas conversas e lágrimas mesmo ainda tendo medo de encarar o que sua vida já era, a menina foi fundo e já tendo noção do que realmente queria e então experimentou outra boca, outra boca feminina. Ela queria mais, bem mais. Durante uns anos de sua vida ela só sabia o que era beijar outra mulher.
– Ela queria ser tocada por uma mulher.
– 15 anos. Ela conheceu um casal. Mais primeiro tentou com uma mulher.
– Ela gostava de se masturbar, mas não havia gozado.

Pense em um lugar, agora pense um lugar pobre. Não... Não pense em nenhum banheiro de supermercado embora ela já tenha beijado e tentado algo lá dentro. Enfim, pense... Agora imagine um varal de roupas em cima de um colchão. E num lugar podre desse a menina quis fuder uma mulher, mas ela não sabia fazer nada. Então a mulher que era até atraente, ficou semi nua. Deitou sobre mim, e eu não estava nem melada. E sem dó nem piedade meteu na pobre coitada, sabe, doeu, não é porque a menina tem tendências sadomasoquistas que ela vai querer sentir qualquer tipo de dor. Ao decorrer da situação do nada a mulher rebolando sob sua sintura e derepente deu um tapa na sua cara e disse: “Me chama de teu macho!!!” Isso foi broxante mas o por estaria por vir, pois logo em seguida ela começaria a gozar só não esperava ouvir aquele tipo de gemido na sua primeira vez. Ela gemia como um ornitorrinco. AHHH! Era o gemido mas horrivel que já tinha escutado. Resumindo uma merda.

Provou de tudo e não gostou, porque a sensação de alguém comendo seu cu foi desconfortavél, pra ela cu servia apenas para uma coisa e era bem mais gostoso sair apenas e não entrar nada. Nesse dia, foi a primeira vez que uma mulher nua ficava em sua frente. Achou lindo que viu mas não achava atraente um homem nu, mesmo assim, ela ainda continuou no quarto e mandou ele deitar-se enquanto a outra mulher continuava apenas olhando. Então fazendo uma cara que ela nem sabia que fazia, olhou bem nos olhos do carinha e não pensou duas vez e chupou o que mais odiava, o porque dela ter feito isso? Ver que ele dependia dela, (-não pára! Não pára!) E com um ritmo frenticamente ela não parava até que sentiu um toque por traz, era a mulher enfiando dois ou três dedos.

– A menina gosta de sentir dor.
– E era a primeira vez que ela dizia: Me chama de Putinha!

Todos sairam chupados e gozados, excerto ela. Ela ainda não sabia o que era um orgasmo até ela mesmo tentar gozar sozinha, sabia que tinha que esfregar e ir se excitando apenas com os seus pensamentinhos de filmes pornô que via escondia quando não tinha ninguém em casa, os filmes eram do irmão. Irmão que daqui há uns anos ela passaria a odiar, pois entre a moralidade e hipocresia de todos ela ficava com a sua vida escrotinha porém divertida. Hoje em dia ela não suporta inumeras pessoas de sua família, mas nunca se esconde. Sua mãe acha que ela é a filha perfeita, mas até hoje não aceita. Sim, a mãe dela descobriu quase tudo.

Durante dois anos apenas, mulheres ligavam pra sua casa. Só mulheres frequêntavam sua casa. A mãe estranhava, ela não gostava mas só permitiu-se enxegar o que a maioria já sabia quando encontrou na mochila da menina, umas cartas com declarações e confissões de amor “To com saudade de fazer você sentir de novo tudo aquilo que te fiz sentir na minha cama...” O que já não era uma brincadeira tornou-se o pesadelo da sua vida. Mesmo assim ela ainda sabe se tornar uma puta. E sabe estumular ambos os sexos afim.

– Hoje em dia ela se mastuba.
– Hoje em dia ela tem amigos e não tem medo de confessar isso.
– Hoje em dia ela tem conciência do que faz. Inacreditável mas tem.

Gosta de ser chamada de puta sempre. Mas puta apenas na cama. A Puta ama, a puta vive apesar de tudo. A puta tem amigas que são santas mas cometem o pecado a doce flor do pecado todos os dias... a diferença entre elas e a puta, é que ela expõe o que sente, e as outras não. A família da puta é filha da puta. Mas ela os entende, ninguém tem culpa de nascer em uma família podre, tudo é questão de acaso, e nem sempre de escolha, a opção sexual não foi escolha, ela acha ridiculo quando dizem “qual sua opção sexual?”. Opção você vai lá e marcar, certas coisas são inevitáveis, e não se pode esconder, porque tudo passa dentro de nós, tudo tem que acontecer porque deixar de acontecer é uma violentação muito grande a si mesma.
Não sei exatamente como terminar isso, mas reflita. Se você tava se preparando pra o clímax do texto perder-tes teu tempo. Não é porque você tá indo pra cama com alguém que você vai sair gozada de lá. Nem entendo também porque mandei vocês refletirem, mas não tenha medo de ser puta, dentro de uma puta encontra-se também sentimentos. Encontra-se de tudo, dependendo de quem você quer ter como puta.
"Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma."

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