6 de outubro de 2009

Miss Algrave.

"Já que sou o jeito é ser. Já que perde-se também é um fato." CL



Passei a amar o feio de igual para igual, e percebo que o conjunto de certas frases me libertara outra vez, de outra parte de mim, e assim será adiante. Fiquei imunda e seca. Escreverei em plena desordem e rapidamente, mamãe está deita no quarto ao lado por isso preciso se breve.

Trepei com meu médico. Juro, ele nem esperava por isso. Vou falar de modo vulgar, agora quem fala é uma puta, a puta que fala por mim. Eu havia planejado tudo, minhas amigas sabiam deste plano, e me perguntaram por qual motivo iria fazer isto. Eu disse, pela arte. Mal sabia que estava enganada. Descubro agora no meio de um gole e outro de café que fiz por amar a literatura. (Bom é ter onde se prender e não encarar a realidade, como os que amam igreja e afins, e se prende... por medo.)
 
Tinha como intuito escrever detalhe por detalhe o que se passou dentro da sala, mas acho que não convém, mas acho interessante dizer que fui vestida de eu mesma, roupa básica, roupa de sempre. Não queria está bonita pra quem eu iria comer, pra quem machucaria minha vagina. Sou feia, me acho gorda, e sou do tipo de mulher que os homens não teriam pena de bater e descabelar, sou assim, rasgada.

Meu corpo tem desejo. Fui apenas o objeto. Odiei o pau dele. Não era artístico, não era digno para minha boca, mas mergulhei. Ele quis comer meu cu. Mas não seria excitante evacuar ali, não havia planejado, mas agora não escondo isso, que é mais uma dessas minhas vontades. Por fim ele gozou. Com o ar totalmente superficial, examinou-me e nos despedimos com um beijo escroto. Digno dele. Digno de homem.

Sair mais mulher e com o dinheiro da consulta. O pobre tão bestificado ficou que se esqueceu de juntar o útil do agradável. Enfim. Vou voltar no consultório. Agora me dei licença, preciso me limpar, e necessito de um banho que limpe sutilmente minha alma, agora vou voltar a ser mulher apenas de Saturno. Boa noite. Agora, retire-se por favor.







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